segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pai Zé fala do parto em casa!=)

Mais uma vez quero partilhar convosco o texto de um amigo chamado Zé Carlos!
Aqui ele fala da sua experiência de parto em casa.Um excelente texto com muita sabedoria e amor!

Assim partilho...

Esta é uma fase muito delicada, a de lidar com as emoções e preocupações dos seres queridos que nos rodeiam e fazem parte da nossa Família. É uma jornada de cada casal.
Para nós o importante foi estabelecer a harmonia. Não procurámos cegamente a aceitação de ninguém, e também não deixámos que ninguém alterasse a nossa segurança. Pensámos que é uma decisão que tem que ser feita pelo casal, sem influência de ninguém a não ser nossas próprias pesquisas e nossos questionamentos. E só depois decidimos informar os familiares, não da decisão, mas de como iria ser.
Tal como nós precisamos do nosso tempo para decidir e aceitar, eles também precisam do seu. E até podem levar suas dúvidas até ao fim, e com isso temos que saber ser fortes e saber defender esse momento sagrado.
Na fase de gravidez até ao parto, não procurámos abrir mentalidades de ninguém, deixámos isso para depois, e concentrá-mo-nos em fortificar a nossa mentalidade.

Há todo um trabalho interior que a Mãe e o Pai podem fazer, em conjunto e em separado, para prepararem seus corpos e mentes para receberem os Instintos da Mãe e do Pai. A futura mamã, através do seu Instinto de Mulher, faz o trabalho interior para receber o seu Instinto de Mãe que a guiará em todo esse miraculoso processo. Como um abrir de portas que será inevitável (e até físico), e quanto mais trabalho interior fizer, mais suavemente se abrirão essas portas. E é esse o objecto primordial do trabalho interior da Mãe: Abrir as suas Portas!
Já o trabalho interior do Pai, através do seu Instinto de Homem, irá preparar sua mente e seu corpo para receber o Instinto do Pai, para saber como ser Pai e saber qual o seu verdadeiro lugar no Parto, para saber apoiar incondicionalmente a sua parceira e sem interferir com as suas hiper-sensíveis e poderosas emoções.
Esqueçam a ideia de que o Pai não faz mais nada do que segurar a mão de sua companheira e tranquilizar-la. O Pai é forte, é resistente e pode ajudar imenso se tiver a segurança necessária e a disponibilidade para isso.

Ora todo o trabalho de parto, é uma canalização poderosa deste Instinto da Criação, daí a importância fundamental da harmonia de todos os que participam no parto. E quem participa no parto? Todos os que a partir do momento que saibam que começou, e suas mentes não vos deixarão mais até ao final, e todos os que estiveram presentes na casa.
Por isso, nós procurámos mais harmonia do que aceitação, pois apesar de saber que iria ter um imenso prazer em serem meus pais e meus sogros os guardiões do nosso parto, foram dois amigos nossos, por quem temos enorme amor e confiança.
Pois, nós escolhemos estruturar o parto de maneira a proteger a Diana das actividades inevitáveis quando se tem num parto em casa. Para a Mãe, o encontrar desse Instinto é um processo longo e delicado que requer toda a sua concentração e onde todos os outros estímulos deveriam ser afastados de distracções. Por isso preparámos o nosso quarto à nossa maneira, com várias opções disponíveis (a cama, o colchão no chão, a banheira) e mantive-mos o trabalho dentro daquela divisão, pois também não tínhamos mais hipóteses viáveis. E connosco, desde o primeiro momento, estiveram o Tó e o António, que eram os nossos guardiões, Eles atendiam os telefones e abriam a porta, e mandavam e recebiam toda a informação que pudesse surgir, por forma a eu poder estar sempre presente com a Diana. Eles nos protegeram de perguntas, de previsões, de tudo, deixando-nos tranquilos a nós e aos que se preocupavam.
E connosco esteve a nossa querida Ana Ramos, que foi um anjo na terra. Que apesar da nossa confiança, ela conseguia transmitir-nos uma doce calma nos momentos mais difíceis.

O questionamento que os outros nos fazem são os primeiros testes, ao nosso sangue frio e capacidade de lidar com esta situação tão especial e particular.

Isto tudo para dizer que há muito trabalho para fazer, e não vale a pena perder tempo em tentar mudar ninguém. Sigam esses Instintos e a vossa família irá seguir-vos.

Bons Caminhos!

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